domingo, 5 de janeiro de 2014

Somente para especialistas...

Quem conhece um pouco de vinho talvez já tenha ouvido falar do vinho português Pêra-Manca. A fama se deve um pouco ao nome insólito – que significa pedra manca, ou oscilante, e é uma característica de uma formação granítica de blocos arredondados soltos sobre uma rocha firme (muita gente boa achava que era um defeito na pata do cavalo do rótulo…), outro tanto pela tradição, já que seria este o vinho trazido pela nau de Pedro Álvares Cabral. A verdade é que a fama do vinho se deve à soma das curiosidades anteriores aliada a alta qualidade da bebida.

No relato de sete folhas enviado por Pero Vaz de Caminha com suas primeiras impressões desta terra, os primeiros críticos – aquele povo que “andava nu, sem nenhuma cobertura” – detestaram o Pêra-Manca de antanho, como se lê na reprodução do trecho da carta que abre este post.

O Pêra-Manca é herdeiro de uma marca reconhecida desde a idade média, que teve seu apogeu no século XIX, a extinção no começo do século XX pela praga da filoxera e por fim o renascimento em grande estilo, em 1990, quando a Fundação Eugénio de Almeida passou a adotar o nome no rótulo de seus vinho mais importantes...